O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta segunda-feira (21) a abertura de inquérito pela Polícia Federal para apurar suspeitas de insider trading envolvendo a compra e venda de dólares pouco antes do anúncio das tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos ao Brasil.
A decisão atende a um pedido da Advocacia-Geral da União (AGU), que detectou movimentações consideradas atípicas no mercado financeiro. A principal suspeita é que operadores tenham tido acesso prévio a informações sigilosas sobre o comunicado do presidente norte-americano Donald Trump, o que teria gerado lucros expressivos em operações de câmbio, com valorização de até 50% em menos de três horas.
O caso foi citado pelo gestor da Toulou Capital, Spencer Hakimian, que publicou nas redes sociais dados sobre transações bilionárias registradas imediatamente antes e depois do anúncio oficial feito às 16h17 do dia 9 de julho. A publicação foi anexada pela AGU como indício ao pedido encaminhado ao STF.
Segundo a AGU, as movimentações levantam suspeita de uso indevido de informação relevante ainda não divulgada ao mercado, em violação ao artigo 27-D da Lei 6.385/76, que trata do crime de insider trading.
O inquérito foi classificado como sigiloso e tramita em conexão com outra investigação sob responsabilidade de Moraes, a qual envolve o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Ele é acusado de ter atuado junto a parlamentares republicanos dos EUA para tentar pressionar o governo norte-americano a retaliar o STF e, assim, forçar a anulação da ação penal contra seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A AGU solicitou também que a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sejam acionadas para acompanhar o caso e adotar medidas criminais e administrativas cabíveis.
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