Uma jovem gestante identificada como Tatiane Souza da Silva Oliveira, de 28 anos, faleceu no último sábado (18/01), em Delmiro Gouveia (AL), após complicações relacionadas ao parto. Tatiane completaria 28 anos no mesmo dia de sua morte. Deixando três filhos, a família denuncia negligência médica por parte dos hospitais onde ela buscou atendimento.
Segundo os relatos da família, entre os dias 8 e 12 de janeiro, Tatiane procurou o Hospital Regional do Alto Sertão (HRAS) e o Hospital Nair Alves de Souza (HNAS), informando estar com 39 semanas de gestação e alegando a necessidade de uma cesariana. No entanto, em todas as ocasiões, o procedimento foi negado. O esposo de Tatiane revelou que a mesma médica atendeu a jovem nas visitas às unidades e decidiu que o parto deveria ser induzido, apesar dos apelos da família.
Tatiane chegou a descrever seu sofrimento em mensagens enviadas aos parentes. Ela relatava o extremo desconforto e o desgaste físico durante o parto. “Eu pedi até para Deus me levar, pedi ao técnico para tirar ela de mim, que eu não aguentava mais. Fiquei roxa, meus órgãos pareciam que iam explodir de uma vez”, escreveu. O bebê nasceu na madrugada de 15 de janeiro, mas os problemas de saúde da mãe persistiram.
Após o parto, Tatiane apresentou febre alta e dores severas, que, segundo a família, não receberam a devida atenção da equipe médica. A jovem retornou ao HRAS no dia 17 de janeiro, em estado grave, mas não resistiu e faleceu no dia seguinte.
O corpo de Tatiane foi enviado ao Serviço de Verificação de Óbito (SVO) em Maceió para esclarecer as causas da morte, mas o processo enfrentou entraves. O SVO informou que o caso deveria ser direcionado ao Instituto Médico Legal (IML), o que gerou ainda mais transtornos e angústia para os familiares.
Nas redes sociais, a tia de Tatiane expressou a indignação da família com o ocorrido, denunciando o que considerou negligência no atendimento. Em sua publicação, ela destacou os momentos de dor vividos por sua sobrinha e cobrou providências.
Tatiane morava em Jardim Cordeiro, povoado de Delmiro Gouveia (AL), e sua morte trouxe à tona novamente questionamentos sobre as falhas no atendimento hospitalar na região.
O Hospital Regional do Alto Sertão informou que aguarda o resultado do laudo médico para emitir um posicionamento oficial e adotar as medidas cabíveis, se necessário. A reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação da Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau), mas não obteve respostas até o fechamento desta matéria.
